Reconhecimentos

No ano em que se completam 10 anos da promulgação da Lei 10.639/2003, que estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Ético-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, a linha de pesquisa Práticas Sociais e Processos Educativos do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da UFSCar realizou, no dia 26 de novembro, o seu “IV Seminário de Pesquisas em Práticas Sociais e Processos Educativos: contribuições de Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva”.

O evento, que foi realizado  no Anfiteatro da Reitoria, área Sul do Campus São Carlos da UFSCar, prestou homenagem à professora Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva pela importância de suas contribuições à linha de pesquisa, e por seu engajamento acadêmico-social em prol da educação das relações étnico-raciais.

Pesquisadora e militante

Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva é Professora Emérita da UFSCar. Professora Titular em Ensino-Aprendizagem e Relações Étnico-Raciais junto ao Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas (DTPP) do Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH), e pesquisadora junto ao Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade, por indicação do Movimento Negro foi conselheira da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, durante o mandato 2002-2006. Nessa condição, foi relatora do Parecer CNE/CP 3/2004, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana, e participou da relatoria do Parecer CNE/CP 3/2004, relativo às Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia.

De 2007 a 2011, foi coordenadora do Grupo Gestor do Programa de Ações Afirmativas da UFSCar. Em 21 de março de 2011 foi admitida pela Presidenta da República Dilma Rousseff na Ordem Nacional do Mérito, no Grau de Cavaleiro, em reconhecimento por sua contribuição à educação no Brasil. Integra o International Research Group on Epystemology of African Roots and Education, coordenado pela Drª Joyce E. King da Georgia State University/USA, e é conselheira do World Education Research Association (WERA) representando a Associação Brasileira de Pesquisadores (as) Negros (as) (ABPN) e a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED). Também é conselheira da Fundação Cultural Palmares. 

O Grupo de Pesquisa Práticas Sociais e Processos Educativos e a linha homônima do PPGE (UFSCar) realizam homenagem à professora Doutora Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva por meio do “IV Seminário de Pesquisas em Práticas Sociais e Processos Educativos”. O evento será realizado na Universidade Federal de São Carlos nos dias 26/novembro e 3/dezembro de 2013.

Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR lançou, em março de 2011, o Ano Internacional dos Afrodescendentes e certificou o Selo de Educação para a Igualdade Racial, ações da campanha Igualdade Racial é pra Valer.

Sem dúvidas, 21 de Março de 2011 marcou novos rumos para a Promoção da Igualdade Racial no Brasil. No Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade (SEPPIR), completou oito anos de funcionamento e convocou todo o povo brasileiro para o combate ao racismo, lançando a campanha “Igualdade Racial é pra Valer”. A iniciativa é motivada pelo Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, instituído em 2011 pela Organização das Nações Unidas (ONU).

“Promover a igualdade racial não é responsabilidade só do movimento negro ou do estado brasileiro, mas de todos. A responsabilidade é coletiva, todos devem sentir-se motivados a realizar ações, por menores que sejam, em prol do país que queremos, um Brasil sem pobreza e sem discriminação”. Foi o que declarou a ministra da SEPPIR, Luiza Bairros, durante seu discurso no auditório do subsolo do Bloco A da Esplanada dos Ministérios, para um público de mais de 300 pessoas, entre parlamentares, parceiros e representantes do movimento negro. De acordo com a ministra, é importante a população não negra perceber que a melhoria da qualidade de vida dos negros representa melhoria para todos. “Nesse processo em que o Brasil passa a ser a quinta economia do mundo, o negro não pode ficar para trás”, destacou.

http://www2.cultura.gov.br/culturaviva/igualdade-racial-e-pra-valer

Gaúcha de Porto Alegre, Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva é graduada em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com licenciatura em português e francês e tem trajetória no âmbito da Educação. Do magistério nas redes pública e particular, partiu para a busca de maior preparo, aprofundando a formação profissional.

Da docência e coordenação pedagógica no Ensino Médio em escolas como Godói e Sévigné ou cargos técnicos na Secretaria de Educação do RS, Conselho Estadual de Educação do RS e atividades ligadas à Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (PUC-RS), foi chamada para a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), de onde irradiou suas potencialidades em ações vinculadas à Universidade de São Paulo (USP) e eventos científicos pelo Brasil e países como Peru, México, EUA, Canadá, Senegal.

Indicada pelo movimento negro para a Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, Petronilha integrou como relatora à comissão que elaborou o parecer CNE/CP n.º 3/2004. O documento regulamenta a lei 10.639/2003 e estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos termos do Artigo 26 da Lei 9394/1996 das Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Fonte: FCP

http://grafiasnegras.blogspot.com.br/2013/09/personalidades-negras-petronilha.html

 

Evento foi promovido pela Prefeitura de São Paulo em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

No dia 25 de julho, a docente Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, do Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas da UFSCar, recebeu o prêmio "Luiza Mahin", oferecido pela Secretaria Municipal de Participação e Parceria (SMPP) de São Paulo. A premiação, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, aconteceu na Câmara Municipal de São Paulo e teve como objetivo reconhecer esforços das mulheres negras do continente americano em defesa das transformações nas relações de gênero e raça.

Ao falar sobre a premiação que recebeu, Petronilha salientou a importância histórica e social da homenagem prestada em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. “O evento foi muito importante por reconhecer e valorizar o trabalho de mulheres negras, descendentes dos africanos, no sentido de divulgação da cultura negra, inclusão social e luta antidiscriminatória em favor de todos os segmentos da população brasileira que a sociedade insiste em manter a margem”, observa a professora.

A docente da UFSCar acredita que ainda são necessárias mudanças urgentes para a defesa da dignidade do negro nas áreas da saúde, educação, moradia, emprego e a garantia ao direito de professar religião de raiz africana, tais como candomblé, macumba, batuque e umbanda. "É necessário também que haja um respeito a sua história e cultura, a divulgação das suas contribuições para a construção da nação brasileira, suas lutas por libertação e combate ao racismo e a divulgação das contribuições de intelectuais negros em diferentes campos do conhecimentos, tais como André Rebouças, Machado de Assis, Abdias do Nascimento, Oliveira Silveira, Antonieta de Barros, Lélia Gonzales, Beatriz Nascimento, Chiquinha Gonzaga, Mãe meninha do Gantois, entre tantos outros", lembra Petronilha.

O I Prêmio Luiza Mahin foi concedido a sete mulheres negras brasileiras, que se destacaram pela coragem, persistência e liderança. O prêmio é oferecido em referência à Luiza Mahin, uma das chefes da Revolta dos Búzios, em 1835, na Bahia. Além da professora Petronilha, também receberam a premiação Ana Maria Araújo Santos, Fanta Konate, Luislinda Dias de Valois Santos, Mafoane Odara Poli Santos, Sônia Maria Pereira Nascimento, Theodosina Rosário Ribeiro e Vicenta Camusso.